domingo, 8 de março de 2015

Flor no dia das mulheres é para os homens se sentirem bem, não nós

Tenho a impressão de que os homens nos dão flor no dia das mulheres para se sentirem bem e compensarem tudo o que fazem no resto do ano. Postei esse texto no Facebook e passo para cá também para ficar registrado. Espero que gostem.

Hoje é dia das mulheres. Internacional. Isso significa que nós conquistamos um dia só nosso para que aqueles direitos pelos quais lutamos sejam lembrados. Hoje podemos trabalhar, fazer faculdade, votar, andar de saia, de calça jeans, passar batom roxo, pintar o cabelo de rosa e ir de biquíni à praia. Algumas dessas tem um efeito meior na sociedade, outras servem para que nos sintamos melhor conosco mesmas.

Qual o grande problema? Conquistamos direitos, mas não conquistamos liberdade. Conquistamos direito, mas não conquistamos autonomia. A autonomia que eu digo é de ser o que queremos ser, do modo que queremos ser e do modo que devemos ser. Trabalhamos, mas ainda recebemos menos do que os homens. Estudamos, mas ainda temos que lavar o chão de casa. Votamos, mas ainda não temos representantes o suficiente na política. Usamos saia, mas não podemos nos defender de quem fala que a nossa bunda é gostosa.

Nós, mulheres, somos desvalorizadas. Assim como os homens, passamos quatro anos ou mais em faculdades, precisamos tirar as mesmas notas, temos que fazer os mesmos concursos, nos esforçamos intelectualmente igual, mas somos julgadas como menores em nosso gênero se não lavamos roupa. Pegamos ônibus, metrô e trem, passamos horas no trânsito, mas somos criticadas se não fazemos as unhas. Entregamos um trabalho perfeito, mas chamam a nossa atenção se o sutiã está apertado.

Nós, mulheres, queremos respeito, mas ao exigi-lo, dizem que não nos contentamos com nada. Ora, se eu quero andar na rua sem um babaca olhar para os meus peitos, eu tenho esse direito e tenho o direito de pedir isso.

Mas alguém enxerga isso? Tentamos pedir das maneiras mais educadas. Tentamos fazer com que nos ouçam através das palavras, dos livros, das teses, dos discursos, mas nada. Aí decidimos tirar a roupa. Decidimos sair às ruas mostrando os peitos que os homens tanto querem ver, mas para falar que nosso corpo é nosso. E o que dizem? Que somos vagabundas.

A verdade é que homem não sabe o que é ser mulher. Homem nunca saberá o que é ser mulher. Pode simpatizar com a causa a favor da mulher, mas nunca lutará como uma porque pode sair na rua sem camisa sem grandes riscos de ser estuprado, enquanto nós, mulheres, em pleno meio-dia precisamos andar em lugares públicos de calça jeans e camiseta para não correr o risco de sofrer assédio e violência.

Sabe porque vocês tem lido tanto sobre a hipocrisia das pessoas no dia 8 de março? Porque nessa data vocês posta uma foto bonita dizendo que a verdadeira mulher é aquela que é bonita por dentro, mas quando uma gorda gosta de você, não é mulher porque não se cuida e não pensa no próprio corpo. Você diz que todas as mulheres merecem respeito, mas no trânsito faz pouco caso da moça que está na sua frente e passa por ela de maneira descuidada.

Homens e mulheres, vocês são hipócritas. Nós somos hipócritas. Nós queremos acreditar que somos solidários e entendemos as mulheres, mas não entendemos. Temos a ilusão de que lutamos por algo, mas não lutamos. No fundo, somos todos fãs do status quo. Todos queremos que as mulheres continuem sendo o ser frágil que acham que são.

Frágil uma ova. Mulheres levantam caixas pesadas, trocam pneu, consertam móveis e matam baratas. Mulheres moram sozinhas e lidam com situações que marmanjo ainda pede para mamãe e papai fazer. Mulher é chefe e mãe, e é criticada porque tem 30 anos com pele de 60.

Por isso eu repito: não me deem flores. Eu não quero as flores de quem logo mais vai falar que mulher tem que se valorizar passando maquiagem e fazendo dieta. Mulher não tem que se valorizar porque ela já nasce com um valor, o valor de ser um ser humano.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Olhar para fora, o pedido de Deus

É muito normal escutarmos pregações sobre o cuidado que precisamos ter em relação às nossas atitudes para com nós mesmos. Aprendemos o quanto não devemos mentir, roubar, transar antes do casamento, agredir ou outros tipos de pecados que estão centrados mais no mal que devemos evitar. Acredito que isso acontece porque somos narcisistas.

O ser humano, no geral, tem uma preocupação excessiva, chegando ao nível de doentia, consigo. O desejo de que saibam que é bom, justo e correto sobressai à atenção que deve ser dada ao próximo, para que esse saiba qual é o caminho a ser seguido.

Nessa gana de auto-justiça e a necessidade de se garantir diante de si mesmo, dos homens e de Deus, uma parte importante acaba sendo deixado de lado: as atitudes positivas.

Deixar de fazer algo ruim não é uma atitude por si só. Na verdade, é um campo neutro, como uma estagnação. Não se vai nem para a direita nem para a esquerda. Não se é quente nem morno. O não fazer é uma maneira de evitar o esforço e o pensar no que não se deve fazer é uma barreira para que se comece a construir o que deve ser feito.

É claro que não fazer é importante. Afinal, a decisão de não tomar uma atitude errada evita certas consequências. O problema é quando o "não" se torna a prioridade. É aí que se encontra o ponto de estagnação. Para ficar mais claro, vou dar um exemplo.

Eu tenho TOC (diagnosticado por psiquiatra, psicóloga e atualmente sendo medicada), o que me impede de muitas coisas. Quando tenho crises, meu foco maior é o no não: não posso atravessar a rua, senão serei atropelada; não posso andar de avião, porque ele pode cair; não posso sair, pois posso levar um tiro, entre tantas outras coisas que me levam a fazer nada, ficar deitada e perder toda a vida que me espera do lado de fora.

Levando isso em consideração, vamos pensar que temos um TOC moral. As igrejas, hoje, tem um foco muito específico: mostrar que estamos errados e precisamos melhorar. Isso não é errado, o problema é quando a mensagem não é trocada e não nos lembram de que somos salvos pela graça e a partir do momento que somos perdoados nos nossos pecados temos uma missão.

Durante anos (14, mais precisamente) passei domingos ouvindo o quanto eu precisava me arrepender e o quanto o mundo é ruim. Durante domingos tentaram me ensinar que existe uma capa de proteção chamada NÃO e que eu devo vesti-la para ser do jeito que Deus gosta, ser salva e ir para o céu. Durante a minha vida toda eu fui incentivada a morrer mais do que a viver.

O problema maior é que eu não sou a única. A igreja evangélica está doente porque não somos incentivados a olhar para fora. Deus nos chama para 1. olharmos para nós mesmos ("arrependei-vos porque é chegado o reino" - Mateus 4.17) e 2. segui-lo fazendo sua obra ("sigam-me e eu vos farei pescadores de homens" - Mateus 5.19).

É engraçado que o primeiro grande sermão de Jesus chama a atenção a boas obras para com terceiros, não para com si mesmo:

Mateus 5.1-16
1 Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele, 2 e ele começou a ensiná-los, dizendo: 3 "Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. 4 Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. 5 Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. 8 Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus. 11 "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. 12 Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês". 13 "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. 14 "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. 15 E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. 16 Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".

As bem-aventuranças trazem, em sua essência, um pedido de humildade de Jesus para as pessoas. E através delas é possível ver aquilo que agrada a Deus. Mas chama muito a atenção, também, o aviso de que somos o sal da terra. Dá a entender que se as obras de justiça não forem feitas, todo o resto serve para nada. Assim como a luz. As boas ações de acordo com os olhos do Pai levam clareza para o mundo. Mas se essas não são feitas, como o mundo enxergará?

Ainda em Mateus 5, Jesus pede que amem os inimigos, não apenas os amigos, para que sejam reconhecidos como "filhos de seu Pai que está no céu" (versículos 43 a 48). Tiago, lembrado muitas vezes, afirma que a fé sem obras é morta (Tiago 2. 14-26).

É importante, porém, lembrar que não é o que prega a Teologia da Libertação que salva as pessoas. Apesar de Tiago afirmar "de que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?", é a graça que nos leva a Cristo. O ponto em questão é: como podemos experimentar melhor a vida com Deus?

Como Isaías 58.6-11 diz:

"O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Aí sim, você clamará ao Senhor, e ele responderá; você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia. O Senhor o guiará constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e fortalecerá os seus ossos. Você será como um jardim bem regado, como uma fonte cujas águas nunca faltam".

No contexto, os israelitas são repreendidos por seus jejuns vazios e hipócritas ("contudo, no dia do seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês e exploram os seus empregados. Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de soco brutais" - Isaías 58.3-4). Mesmo diante de suas ações ruins, o povo de Israel ainda demanda que seus pedidos sejam atendidos por Deus. Então, o Senhor os ensina como conseguir as bençãos que eles querem: através do jejum que o agrada.

Conclusão:

1. Focar no que não devemos fazer é um resultado da raiz legalista que atingiu muitas igrejas nos tempos modernos;
2. Focar no que não devemos fazer nos leva a esquecer o que Deus quer que façamos;
3. Deus quer que executemos atos de justiça;
4. Somente através do amor ao próximo chegamos a Deus;
5. Focar em Deus é o ponto principal.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Distrações de janeiro

Não costumo fazer resoluções de ano ano novo, mas eu sabia que 2015 teria que ser um ano diferente. Na verdade, eu queria que fosse um ano diferente, levando em consideração que 2014 foi um tano quanto turbulento.

Uma das principais mudanças é que não sou mais uma universitária. Depois de quatro anos finalmente posso dizer que me formei e sou uma jornalista. Ainda melhor do que isso, sou uma jornalista formada e empregada na área, algo muito difícil no cenário atual.

Eu sabia que teria mais tempo, liberdade e que poderia melhorar muitas coisas na minha vida, como na alimentação. Uma das minhas ideias era almoçar menos fora em 2014 e fazer minha própria comida e isso está dando certo! No meu trabalho posso cozinhar, o que é incrível e facilita MUITO a vida.

No final do ano passado comprei um videogame para mim. Depois de procurar bastante, minha mãe sem querer viu o anúncio de um Playstation 3 usado com um preço muito bom. Comprei. Um dos meus objetivos era me preocupar menos e me distrair mais, por isso achei que o console seria uma boa.

Outra coisa que eu queria fazer era aumentar a quantidade de livros que leio por mês. Não por quantidade, mas porque eu sei a importância da leitura, principalmente para uma jornalista. Tenho muitos livros na lista e queria dar uma guinada nisso em 2015.

Estamos no penúltimo dia de janeiro e já consegui fazer bastante coisa, mas vou destacar aqui um livro, um jogo e uma música que gostei muito de ter gastado meu tempo com no primeiro mês do ano. Minha ideia é fazer isso a cada mês.
*hoje não tem música por motivos de: cansaço rs

Livro: O Irmão Alemão
Autor: Chico Buarque
Editora: Companhia das Letras

Comprei O Irmão Alemão no final do ano passado. Desde quando li Leite Derramado me apaixonei pela literatura de Chico Buarque e o pouco de informação que eu tinha sobre seu novo romance me deixou muito interessada. O artista realmente teve um irmão alemão, fruto de um romance de seu pai, Sergio Buarque de Hollanda, com uma moça do país europeu enquanto morou lá como correspondente de um jornal brasileiro antes da ditadura militar. O historiador teve que voltar o Brasil antes mesmo do menino nascer e provavelmente nunca pode vê-lo.

O fato que tinha um irmão alemão intrigou Chico Buarque, o que o levou a uma busca desenfreada por informações do filho perdido de uma das mais importante figuras literárias do país. De acordo com o próprio artista, ele teve uma "obsessão" com o seu laço fraterno germânico. E isso é extremamente claro no livro.

Não dá para saber exatamente o que é ficção, o que é especulação e o que realidade em O Irmão Alemão. Muitas coisas de fato aconteceram e são completamente relacionadas à vida real. O nome do pai do protagonista, Francisco de Hollander, é Sergio de Hollander. Não só uma mera semelhança com o Francisco e o Sergio de Hollanda de verdade.

No livro, Ciccio é o filho mais novo da família e o mais inteligente e curioso. Diante de um pai não somente letrado, mas obcecado por livros, de pouco diálogo e muito tempo gasto em sua biblioteca particular meticulosamente organizada por sua esposa, o garoto segue uma busca implacável por seu irmão alemão, indo atrás de todas as pistas que pode ter.

Gostaria de falar mais, mas não quero dar spoiler para quem não leu, pois esse livro realmente vale a pena ser lido. Provido de uma leitura prazerosa, com humor, romance, literatura, música, francês, alemão, italiano, espanhol, História, Chico Buarque consegue, novamente, nos levar a entender a mente de seu personagem principal, os motivos de suas aventuras - desde investigativas a sexuais - e a incansável busca pelo seu laço sanguíneo perdido.

Você certamente vai gastar um tempo se perguntando se aquilo que está lendo realmente aconteceu com o personagem, se é uma divagação baseada na obsessão em encontrar seu irmão ou se é um fato da vida real de Chico Buarque e sua família.

-----

Jogo: The Last of Us
Desenvolvedor: Naughty Dog
Plataforma: Playstation 3

Comecei a jogar The Last of Us da maneira mais despretensiosa possível. Ele veio entre os sete jogos que ganhei ao adquirir meu Playstation 3. Como eu queria algo diferente, não só ficar no FIFA, resolvi dar uma chance. Me apaixonei. Levei quase que exatamente um mês para fechar, mas foi uma experiência completamente nova e prazerosa.

Em um mundo apocalíptico depois da difusão de um vírus que deixa as pessoas semi mortas, a jovem Ellie é colocada sob os cuidados de Joel para que seja levada até um centro de pesquisa. O motivo é que a garota foi mordida por um dos infectados, mas não se tornou um deles (o que não acontece normalmente). Por isso, acreditam que ela tenha a cura para a humanidade.

Em sua trajetória até o final, Joel e Ellie passam pelas mais diversas situações tendo que lidar tanto com os infectados quanto com militares e pessoas mal intencionadas.

Os recursos para o jogador são limitados. Você não tem munição infinita e nem sempre vai achar o que precisa quando mais precisa. Muitas vezes, é preciso se virar com o que tem. Por incrível que pareça, mesmo as partes mais difíceis de serem vencidas não te deixam desanimado, mas fazem com que vocês chegue cada vez mais perto de zerar o jogo.

The Last of Us vale muito a pena. Tem um roteiro muito bem montado, uma história comovente e te leva a raciocinar muito.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ledo engano ou puro sexismo? – O triste mundo do basquete feminino

Ontem à noite fui surpreendida com a efusiva comemoração de que Mike Krzyzewski, técnico do basquete masculino da Duke University desde 1980, conquistou sua milésima vitória na NCAA. Grande feito, sem dúvidas. Mas me surpreendeu quem comemorava entusiasmadamente o fato de ser “o primeiro da NCAA a atingir essa marca”.

Acontece que isso não é verdade. Mike Krzyzewski, conhecido como Coach K, foi o primeiro técnico a atingir 1 mil vitórias na primeira divisão do basquete masculino da NCAA. Anos antes outra pessoa já havia feito isso. Uma mulher. Uma mulher incrível, na verdade: Pat Summit atingira os quatro dígitos em sua carreira com a University of Tennessee.
Pat Summit, à esquerda, e Mike Krzyzewski, à direita

Ledo engano ou puro sexismo? O desserviço de meias-notícias no jornalismo tem provado que por qualquer um desses motivos as consequências da circulação de informações mal apuradas são refletidas no estancamento da evolução de modalidades e investimentos em equipes e ligas. No caso do basquete feminino, a situação é ainda mais drástica.

Pat Summit se tornou conhecida nos últimos anos por ter encerrado sua carreira antes do esperado devido ao diagnóstico precoce de Alzheimer. Em 2012, a comandante se afastou das quadras, deixando um legado de invejar técnicos tanto na esfera universitária quanto na profissional ou internacional (FIBA).

Foram oito títulos conquistados com as Lady Vols, com planteis recheados de grandes jogadoras que adentraram a WNBA e o basquete internacional, sendo os principais nomes Candace Parker e Tamika Catchings, além de Kara Lawson, que hoje já está em fim de carreira, e Michelle Snow e Chamique Holdsclaw, aposentadas. Quando a técnica anunciou seu estado de saúde e o iminente fim das atividades basquetebolísticas a comoção foi enorme.

Quem acompanha o esporte da bola laranja sabe a importância de Summit para a modalidade, sua dedicação ao ensino do basquete e às vitórias da instituição de ensino objeto de desejo de muitas garotas que sonham em virar estrelas do esporte.
Pat Summit, no meio, e suas ex-atletas Kyra Elzy, Michelle Marciniak, Candace Parker, Chamique Holdsclaw e Tamika Catchings, da esquerda para a direita (Foto: Wade Rackley, Tennessee Athletics)

O fato de todo esse histórico ser ignorado diante do marco atingido por Mike Krzyzewski é prejudicial no sentido de sepultamento da memória e sucateamento do basquete feminino em esfera internacional.

A realidade feminina dentro dos esportes é extremamente difícil. Mulheres que estão envolvidas neste mundo, sejam atletas, técnica, jornalistas, empresárias ou gerentes de equipes, conhecem todas as barreiras que precisam quebrar para alcançar a credibilidade diante de uma maioria de homens que as avalia por sua aparência ante suas habilidades.

Jornalisticamente falando, quando publica-se um fato é importante que todo o cenário seja especificado para o leitor. Portanto, no caso das mil vitórias do Coach K, seria extremamente necessário mencionar que o técnico chegou a essa marca no BASQUETE UNIVERSITÁRIO MASCULINO, não simplesmente na NCAA. Esse segundo caso abrange toda a competição.

Depois, o ideal seria informar que essa não era a primeira vez que um comandante chega ao milésimo triunfo no cenário universitário, mas que este era precedida por – tcharam – Pat Summit, técnica da University of Tennessee. Isso custaria um parágrafo de poucas linhas. Vamos ver?

“O técnico Mike Krzyzewski, da Universidade de Duke, chegou a mil vitórias na NCAA após triunfo por 77 a 68 contra St. John no emblemático Madison Square Garden, em Nova Iorque, na noite do domingo. O comandante se tornou o segundo a alcançar dígitos quádruplos no basquete universitário, sendo o primeiro entre os homens.”

Um simples lead/lide com, quem, o que, como, quando e onde, do qual minha professora do primeiro semestre da faculdade de jornalismo ficaria orgulhosa. Depois da introdução, não precisava nem comentar sobre Pat Summit, mas se é para ignora-la e deixar de lado o seu feito, que pelo menos a ordem dos fatores fosse respeitada.

Aqui no Brasil eu não vi jornalistas comentando sobre a técnica mão de ferro em seus textos. Nos Estados Unidos os veículos de comunicação foram mais cuidadosos em especificar um “Duke head coach Mike Krzyzewski became the first Division I men's basketball coaching to earn 1,000 wins on Sunday”. Talvez porque eles saibam a importância do basquete universitário e de Pat Summit e se preocupem com o pouco de respeito que podem ter com sua memória.
À esquerda, Seattle Seahawks campeão do SuperBowl 48, à direita, Seattle Storm campeão da WNBA em 2010

Uma outra situação mostrou a pouca importância dada para o basquete feminino. O Seattle Seahawks foi o campeão da última temporada da NFL e o comentário dos narradores e comentaristas da partida contra o Denver Broncos era: “a cidade de Seattle finalmente conhece um título depois anos sem conquistar um troféu”. Em 1979 O Seattle Supersonics derrotara o então Washington Bullets por 4-0 nas finais da NBA e as outras equipes de lá não lograram mais campeonatos.

O problema é que o Seattle Storm, franquia de basquete feminino da WNBA, já havia conquistado não somente um, mas dois títulos bem recentemente. O primeiro em 2004 e o segundo em 2010. Além de ter chegado ao topo da moadlidade, a equipe contava com as melhores jogadoras do esporte: Lauren Jackson e Sue Bird.

Ledo engano ou puro sexismo? A verdade é que a expressão “conhecer bem esportes” significa saber o que acontece nas modalidades masculinas, não tendo problema ignorar as femininas. Agora, entender muito bem do que acontece no cenário esportivo das mulheres não vale como gabarito para comentar em veículos de comunicação ou rodas de amigos.

A capital do estado de Washington, nos Estados Unidos, tem times muito conhecidos. O de futebol americano, o falido Seattle Supersonics, da NBA (basquete), o Seattle Sounders FC, da MLS (futebol), e o Seattle Mariners, da MLB (baseball). Mas uma outra equipe também chama a atenção, o Seattle Reigns FC, da NWSL (futebol feminino), que conta com Hope Solo em seu elenco.

Aqui no Brasil vemos um descaso vergonhoso com o basquete feminino, que guarda uma das histórias mais ricas no cenário internacional. A seleção brasileira é uma das únicas campeãs mundiais, ao lado dos Estados Unidos (8), União Soviética (7) e Austrália (1). A maior cestinha de mundiais da FIBA é brasileira: Hortência. O país que mais sediou mundiais foi o nosso. Hoje, Érika de Souza é uma das pivôs mais importantes do mundo, Damiris Dantas é uma ala/pivô que causou uma impressão surreal naWNBA, Tainá Paixão estragou adversários na campeonato da Turquia, Também temos estrangeiras mais do que relevantes vindo jogar na LBF e o que fazemos com isso?
Conquista do ouro brasileiro em 1994 completou 20 anos no ano passado. Qual foi a importância dada pela mídia?

A Globo, principal parceira da liga feminina, transmite meia dúzia de jogos aos sábados de manhã no SporTV, jornalistas não escrevem sobre o assunto, senão para reclamar do que mal acompanham. Comentaristas insistem em abaixar o aro para que as mulheres possam enterrar.

No futebol, o Santos extinguiu a equipe feminina e manteve o Neymar, Marta ganhou a bola de ouro da FIFA cinco vezes e jamais teve o mesmo reconhecimento que a mídia brasileira dá para Cristiano Ronaldo. E quando vemos notícias de esportes femininos, é mais comum ler sobre as “beldades” dos campeonatos do que as habilidades das incríveis atletas que tiveram que passar pelas mais adversas situações para alcançar o topo.

Ledo engano ou puro sexismo?

Sexismo.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Frozen: minhas impressões

ATENÇÃO: ESTE POST TEM SPOILER PRA CARAMBA



Cartaz do filme

Depois de muito ouvir sobre Frozen, última animação da Disney, resolvi finalmente tirar um tempinho para assisti-lo. Minha nota para o desenho é 5 ou 6 e isso talvez se deva ao fato de eu estar meio cansada de desenhos ultimamente. Mas vamos lá.

O começo é bem emotivo. Eu, que só choro se forçar em Um Amor Para Recordar, quase chorei de verdade duas vezes nos 15 minutos iniciais. Nesses primeiros momentos você chega até a imaginar que o desenho é bem triste para um gênero infantil, mas depois dá uma animada. E além disso, fica bem rápido. As coisas acontecem sem muita enrolação, o que é bem legal, principalmente se pensarmos que foi feito para crianças.

Pelo que entendi, Frozen foi uma tentativa da Disney de quebrar os estereótipos das princesas dos seus desenhos e trazer um conceito mais real e moderno para as suas personagens. Vou falar sobre isso por ordem de acontecimento.

1. Quando Anna vai pedir a benção do casamento para sua irmã, a resposta é "Não. Você não se casa com alguém que acabou de conhecer".

2. A mensagem de liberdade para ser quem você é sempre é mais do que válida e importante. A música Let It Go foi muito bem usada para expressar isso. Elsa tem poderes mágicos desconhecidos (criar gelo) e por não saber como controla-los seus pais a afastam de todo o mundo. Logo, a menina cresce com a ideia de que ela é um grande problema para as pessoas, inclusive para sua irmã, que é quem mais sofre com o seu confinamento. Depois de alguns anos da morte de seus pais, a garota deve ser coroada e durante a festa da coroação acaba se descontrolando. Por ainda não saber como controlar o poder, assusta os convidados e o povo do seu reino e foge ao som de "Monstro!!!" de um dos granfinos no evento real. Longe de tudo e de todos, Elsa finalmente se sente livre e levanta um belo castelo de gelo, ciente de que não é uma aberração.

3. O ato de amor salvador não foi um "verdadeiro beijo de amor". Enquanto perdia suas forças, Anna defendeu a irmã da morte iminente mesmo sabendo que isso custaria a sua vida - e que estava tão mal daquele jeito por culpa dela. Elsa, então, sobreviveu e teve os seus poderes controlados, para o bem de todos. Acho que essa foi uma das primeiras vezes que uma princesa da Disney não precisou da aceitação de um homem para resolver os problemas - exceto Mulan.

4. Anna e Kristoff não se casaram. Os estavam apaixonados, mas estavam cientes de que amor não acontece da noite para o dia. E o mais impressionante é: Elsa se tornou uma rainha solteira e FELIZ, independente de ter um homem ao seu lado ou não. 

O que me deixou meio decepcionada foi...

1. A quebra de estereótipo foi apenas na parte comportamental. Em relação à aparência, as princesas ainda são magras e belas ("belas" eu digo no padrão ocidental e midiático) e o verdadeiro cara bom é alto, forte e loiro, como a maioria dos príncipes são imaginados.

2. Na tentativa de mostrar a princesa Anna como uma garota normal, a Disney acabou forçando muito, com vários clichês.

3. O final foi happily ever after demais. Muito mágico. Mas aí o problema é comigo, porque é Disney, então não dá para imaginar um desfecho diferente.

Vale a pena assistir Frozen porque mostra uma evolução no espaço que as ideias mais favoráveis às mulheres tem no cinema, principalmente em desenhos! Em animações há sempre uma necessidade de a moça estar em perigo e ser salva pelo homem. Neste não é assim. Anna pede ajuda a Kristoff para resgatar a irmã, mas até aí tudo bem, tinha que surgir um par romântico e eu também gostaria que alguém mais preparado do que eu me ajudasse a andar na neve. A diferença é que o show final ficou por conta de sentimentos que todos tem (mesmo que ainda não saibam): o amor pelo próximo, não necessariamente romântico, porque a esse nem todos tem acesso; e a coragem de uma mulher.

Tem muito mais coisas que eu gostaria de escrever, mas o texto já ficou grande demais.

Por um mundo com mais Annas e Katniss!

domingo, 17 de novembro de 2013

Jogos Vorazes – Em Chamas me deixou confuso e por isso fiquei #chateado

Uma paródia à crítica de Miguel Barbieri Jr – da revista Veja – sobre Em Chamas.

Para se ter uma ideia do tamanho da estreia de Jogos Vorazes – Em Chamas, eu esqueci de falar que a Paris Filmes e a Lionsgate investem em manter os fãs da saga por dentro do processo de produção do segundo longa-metragem da trilogia há muito tempo através das redes sociais. Por isso, só na capital paulista, ocupa quase um terço do circuito, e quem procurou ingresso de última hora teve que se contentar com opções bem menores de lugares nas salas. O Brasil, surpreendentemente, é o primeiro país a lança-lo. Diante de tanto estardalhaço – essa foi a melhor palavra de desprezo que consegui encontrar – confesso que não entendi direito o que estava acontecendo na tela, já que não me aprofundei em saber do que realmente se trata a história, e saí desanimado da sessão da imprensa. Primeira aviso: se você não viu no ano passado Jogos Vorazes, não tem problema, esse é muito melhor.

Eu havia até gostado do primeiro episódio – o que mostra como minha opinião sobre essa saga realmente deve ser levada a sério – embora achasse que pisaram feio nas cenas de violência – na minha nada humilde opinião, deveriam ter chamado Tarantino para segurar as pontas. Nesta segunda parte, reduziram a matança quase a zero e sobrou muita falação desnecessária, porque, afinal, eu sou fã incondicional de dois diretores vivos Woody Allen e Pedro Almodóvar, e se os personagens não mencionarem escritores consagrados ou surgirem frases que só eu mais 25% da população paulistana entenderemos, aí a intelectualidade do filme é baixa. Praticamente 45 minutos do filme são dedicados a explicar o que aconteceu a Katniss Everdeen (Jeniffer Lawrence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson), após eles terem burlado as regras e, assim, vencido a competição do 74º jogos mortais.

Amigos do Distrito 12 – brincadeira minha, galera, na verdade, a Katniss sempre ignorou o Peeta apesar de ele tê-la salvado certa vez dando pão enquanto ela quase morria de fome – eles inventam ser namorados e, agora, posam de celebridades como pombinhos apaixonados. Mas o Presidente Snow (Donald Sutherland) não está contente com a situação fora da Capital. Os outros distritos, revoltados – antes que eu me esqueça, como consequência da genial quebra de regras que eu mencionei vagamente acima para que parecesse insignificante – estão armando uma rebelião – mas, na verdade, não são todos os distritos, desculpa, me enganei de novo. Eis, então, que ele – é, eu quero dizer, o idealizador dessa edição dos jogos, Plutarch Heavensbee – tem a ideia de jogar novamente Katniss na arena mortal. É claro que, mais uma vez, eu retratei isso como se fosse a coisa mais normal do mundo e o ditador, inspirado pelo profissional da tecnologia, não tivesse a intenção de manipular toda Panem através de uma demonstração de força completamente egoísta.

O 75º torneio, também conhecido como 3º Massacre Quaternário, será composto apenas por vencedores das outras edições e, sem chances de sobreviver, Everdeen possivelmente seria morta. Uma hora dos longos 146 minutos da história se passa numa floresta onde ocorre o famigerado torneio – mas não tem problema, já que é o que dá nome ao filme, então, acho que é importante, né? Há raríssimas mortes (ao contrário do episódio original) – no primeiro dia só oito tributos morrem, muito pouco, quero ver sangueeeeeeeeeeeeeee inocenteeeeeeee – e muitos efeitos digitais fantasiosos para assustar os competidores, como macacos ferozes e uma névoa venenosa – já que, aparentemente, eu não li o livro, essas coisas não fazem muito sentido para mim.

Para tudo isso existe uma explicação que, confusamente, fora da minha capacidade de entendimento, surge nos minutos finais. Além de não me empolgar, Jogos Vorazes – Em Chamas não tem fim – eu acho, não sei se entendi direito, vocês podem me explicar? HELP ME WOODY ALLEN, YOU’RE MY ONLY HOPE!
Espere pela continuação da saga em 2014 e, pelo desfecho, em 2015 (a terceira parte será dividida em duas). Haja paciência – eu não poderia escolher um final menos criativo para esse meu texto!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Videogames emburrecem sim, e as reações ao preço do Playstation 4 são a prova disso

Mais uma pérola das redes sociais

É verdade, eu exagerei no título desse texto. Mas há um motivo. Tenho visto diversas publicações sem noção no Facebook sobre o quanto a Dilma Rousseff é má e como o nosso governo é aproveitador porque o dito “mensalão” ainda não teve um final feliz. Não! Espera, não é por causa disso. É porque falta água no sul do Piauí e pouco se é feito por políticos para que isso se resolva. Ah, poxa, esse também não é o motivo. O fato que tem causado indignação tamanha nos pobres coitados da “geração Y” (ou “Z”) é o preço do novo Playstation 4.

De acordo com essas crianças que passaram um bom tempo fechando GTA e God of War – eu sempre fui Tony Hawk no modo fácil – a moça que trabalha no Palácio do Planalto é a responsável pelos absurdos R$ 4 mil cobrados pela Sony. Seguindo a mesma linha de raciocínio, essas pessoas que pagam R$ 100 em uma blusa da Hollister e acham que o Bolsa Família é um desserviço ao país, ainda afirmam que isso é mais uma prova da “porcaria que é o nosso governo”.

Vamos à primeira verdade: a Sony é uma empresa privada. Portanto, não há interferência do Estado em suas decisões. Muito menos do estado brasileiro, uma vez que ela é japonesa. O MÁXIMO que pode existir de influência governamental no preço do Playstation são os impostos, taxas às quais qualquer outro produto, importado ou não, está submetido.

Agora, analisemos. A carga total de impostos sobre o console é de aproximadamente 75% e o seu preço nos Estados Unidos é de US$ 400. Sendo assim, o valor do produto na importação já sobe para US$ 700. A moeda estadunidense, hoje, não é comprada por menos de R$ 2,30, mas transações comerciais, e um empresa como a Sony, certamente conseguem alguns prestígios. O resultado de uma conta fácil com esses dados é R$ 1.610,00. Vamos chutar lá para cima e pensar num dólar bem (mas BEM alto) e fechar com R$ 2 mil. Para onde vão os outros R$ 2 mil?

Podem falar de logística e mão de obra, mas não cola. É nesse momento que chegamos à segunda verdade.

Existe algo chamado “Lucro Brasil”. A expressão ficou famosa através de um texto bem didático do jornalista Joel Leite no site de sua agência de notícias, AutoInforme. O experiente profissional fala sobre como os impostos cobrados pelo governo brasileiro não explicam os preços absurdos praticados pelas montadoras (de carros) em solo nacional, conhecidos como os mais caros no mercado mundial – hm, alguma semelhança com o PS4?
Leiam o texto do Joel Leite para saberem direitinho do que se trata.

A partir dessas informações, amiguinhos, vamos pensar um pouco. Não, a culpa pelo alto preço do novo console da Sony não é da Dilma nem do PT. Se José Serra, Marina Silva, Plínio ou qualquer outra pessoa estivesse no lugar da mineira, não seria diferente (bom, no caso do Serra poderia até ser mais alto né? – risos). A empresa fabricante do videogame é a responsável pela fortuna exigida pelo seu lazer. Mas ela não está sozinha nessa.

Você, brasileiro, que compra um blazer da Zara por R$ 1 mil, que come em restaurante no bairro Jardins por R$ 600 (duas pessoas), que paga R$ 1,5 mil em um óculos de sol da Armani Exchange, e assim sucessivamente, é culpado pelo Lucro Brasil.

As empresas já sacaram há tempos que os brasileiros seguem o mesmo pensamento babaca dos estadunidenses de que quanto mais você tem do que custa mais caro, melhor (do que o seu próximo, claro) você é. Quanto mais status você adquire, mais amigos você tem, por isso, você se sente feliz.

Aí, meu amigo, enquanto você joga o seu videogame, come seu Kitkat e posta foto “de boas aqui fechando meu GTA V”, o governo já tirou um bocado (tipo assim, bastante mesmo, sabe?) de gente da pobreza, deu bolsa de estudos para pessoas que jamais conseguiriam entrar na faculdade e ter um futuro melhor (mas isso é desnecessário, já que seu pai paga, né?), e forneceu médicos cubanos a regiões que médicos formados em escolas públicas gratuitas (que coisa, também do governo) rejeitaram.

Não quero dizer que é ruim ter coisas boas. Tenho o meu iPhone, já viajei para o exterior várias vezes e meu pai banca minha faculdade, mas não é por isso que vou atirar no alvo mais provável a ir contra os meus desejos egoístas.

Talvez, se algumas pessoas separassem 1 hora do seu tempo dedicado a videogames e fossem estudar história e ler jornais, entenderiam melhor o que digo… e não chegariam na metade desse texto me chamando de petista.