domingo, 23 de fevereiro de 2014

Frozen: minhas impressões

ATENÇÃO: ESTE POST TEM SPOILER PRA CARAMBA



Cartaz do filme

Depois de muito ouvir sobre Frozen, última animação da Disney, resolvi finalmente tirar um tempinho para assisti-lo. Minha nota para o desenho é 5 ou 6 e isso talvez se deva ao fato de eu estar meio cansada de desenhos ultimamente. Mas vamos lá.

O começo é bem emotivo. Eu, que só choro se forçar em Um Amor Para Recordar, quase chorei de verdade duas vezes nos 15 minutos iniciais. Nesses primeiros momentos você chega até a imaginar que o desenho é bem triste para um gênero infantil, mas depois dá uma animada. E além disso, fica bem rápido. As coisas acontecem sem muita enrolação, o que é bem legal, principalmente se pensarmos que foi feito para crianças.

Pelo que entendi, Frozen foi uma tentativa da Disney de quebrar os estereótipos das princesas dos seus desenhos e trazer um conceito mais real e moderno para as suas personagens. Vou falar sobre isso por ordem de acontecimento.

1. Quando Anna vai pedir a benção do casamento para sua irmã, a resposta é "Não. Você não se casa com alguém que acabou de conhecer".

2. A mensagem de liberdade para ser quem você é sempre é mais do que válida e importante. A música Let It Go foi muito bem usada para expressar isso. Elsa tem poderes mágicos desconhecidos (criar gelo) e por não saber como controla-los seus pais a afastam de todo o mundo. Logo, a menina cresce com a ideia de que ela é um grande problema para as pessoas, inclusive para sua irmã, que é quem mais sofre com o seu confinamento. Depois de alguns anos da morte de seus pais, a garota deve ser coroada e durante a festa da coroação acaba se descontrolando. Por ainda não saber como controlar o poder, assusta os convidados e o povo do seu reino e foge ao som de "Monstro!!!" de um dos granfinos no evento real. Longe de tudo e de todos, Elsa finalmente se sente livre e levanta um belo castelo de gelo, ciente de que não é uma aberração.

3. O ato de amor salvador não foi um "verdadeiro beijo de amor". Enquanto perdia suas forças, Anna defendeu a irmã da morte iminente mesmo sabendo que isso custaria a sua vida - e que estava tão mal daquele jeito por culpa dela. Elsa, então, sobreviveu e teve os seus poderes controlados, para o bem de todos. Acho que essa foi uma das primeiras vezes que uma princesa da Disney não precisou da aceitação de um homem para resolver os problemas - exceto Mulan.

4. Anna e Kristoff não se casaram. Os estavam apaixonados, mas estavam cientes de que amor não acontece da noite para o dia. E o mais impressionante é: Elsa se tornou uma rainha solteira e FELIZ, independente de ter um homem ao seu lado ou não. 

O que me deixou meio decepcionada foi...

1. A quebra de estereótipo foi apenas na parte comportamental. Em relação à aparência, as princesas ainda são magras e belas ("belas" eu digo no padrão ocidental e midiático) e o verdadeiro cara bom é alto, forte e loiro, como a maioria dos príncipes são imaginados.

2. Na tentativa de mostrar a princesa Anna como uma garota normal, a Disney acabou forçando muito, com vários clichês.

3. O final foi happily ever after demais. Muito mágico. Mas aí o problema é comigo, porque é Disney, então não dá para imaginar um desfecho diferente.

Vale a pena assistir Frozen porque mostra uma evolução no espaço que as ideias mais favoráveis às mulheres tem no cinema, principalmente em desenhos! Em animações há sempre uma necessidade de a moça estar em perigo e ser salva pelo homem. Neste não é assim. Anna pede ajuda a Kristoff para resgatar a irmã, mas até aí tudo bem, tinha que surgir um par romântico e eu também gostaria que alguém mais preparado do que eu me ajudasse a andar na neve. A diferença é que o show final ficou por conta de sentimentos que todos tem (mesmo que ainda não saibam): o amor pelo próximo, não necessariamente romântico, porque a esse nem todos tem acesso; e a coragem de uma mulher.

Tem muito mais coisas que eu gostaria de escrever, mas o texto já ficou grande demais.

Por um mundo com mais Annas e Katniss!

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