quarta-feira, 24 de julho de 2013

Música cristã - Conhecendo novas bandas

Gosto muito de música. Apesar de apenas tocar violão de modo muito amador e não saber cantar, a música para mim é uma das melhores coisas que um ser humano pode ter. Infelizmente, durante o meu crescimento meus gostos foram moldados e acabei perdendo muita coisa boa por aí. Na área musical, especialmente, cresci sobre a influência de que aquilo que não é "gospel" não é de Deus, rock é do capeta, funk é lascívia e MPB é macumba.

Hoje, "quase mulher", independente e crítica, aprendi a andar com minhas próprias pernas e a descobrir o meu real gosto musical. Eu era acostumada com Hillsong United, Jesus Culture, Diante do Trono, Paulo Cesar Baruk e outros tipos de cantores/bandas que de certo modo são lugar comum. Esses que mencionei não são ruins. O problema é que todo mundo ouvia. Não apenas todo mundo ouvia, como todo mundo ouvia a mesma coisa o tempo todo. Para isso, sou muito chata. Canso. Cansei.

No "mundo gospel", encontrei um oásis na rádio K-Love. Conheci grandes nomes por lá, como Mandisa, Jamie Grace, Chris August (lindo, solteiro, maravilhoso), LeCrae, Brandon Heath, a nova formação do Newsboys, Matthew West, The Afters, 4 King & Country, Colton Dixon etc. Todos muito bons e deixados de lado, pelo menos no Brasil, pela mesmice da indústria musical evangélica. A estação, no entanto, tem o péssimo costume de repetir infinitas vezes as mesmas faixas. Canso. Cansei.

Existe algo dentro da música gospel que eu vou passar a chamar de "proliferação de ritmo". É mais ou menos assim: a Hillsong United virou moda, aí mais umas 10 bandas são lançadas com o mesmo estilo de formação de palco, batida e voz. É incrível. Eu até brinquei uma vez que existem os ritmos "Diante do Trono" e "Hillsong United". A australiana até que deu uma variada, mas a brasileira é praticamente a mesma coisa há anos.

Nesse sentido, eu até gostaria, mas prefiro não falar muito, sobre o boom Thalles Roberto e a transformação de André Valadão (e sua marca "Fé"). Prefiro destacar caras que admiro demais e considero o oposto - positivamente falando - dos dois "pops": Daniel de Souza, Asaph Borba, Gerson Ortega, Nívea Soares, Fernandinho, Mark Hall (Casting Crowns), Ricardo Robortella (Clamor Pelas Nações), Chris August, Dara MacLean, LeCrae e Jeremy Camp. Sem muitas justificativas, esses aí sabem como fazer uma letra muito boa e colocar um ritmo original às suas canções, além de manter sua imagem íntegra, longe de "fuxicos gospel" (sim, existe um site com esse nome). Tem outros, mas conheço melhor os que mencionei.

Tendo certeza de tudo isso, decidi que era a hora de me aventurar no "temível non-Gospel world". Por onde comecei? MPB. Por quem? Chico Buarque. Lindo, divo, maravilhoso! João Gilberto. Impecável! Elis Regina. Inigualável! Tom Jobim. G-Ê-N-I-O! Caetano Veloso. Amor! Gal Costa. Poderosa! Os Mutantes. Incríveis! Só disso aí, você já deve ter imaginado que pirei. Para mim, depois de ouvir o que essas personalidades fazem/fizeram havia muito pouco que pudesse ser considerado música de verdade. Fiquei encantada pelo modo como uma pessoa conseguia ser versátil e transformar sons em... sei lá, coisas extremamente admiráveis, diferentes e contagiantes. No entanto, senti falta do Gospel.

O motivo? Essa é a minha essência. Eu preciso de coisas que falem sobre Deus e exaltem a sua majestade.

Hoje, voltei a ouvir a K-Love. Quando o player online começou a tocar, a primeira música que apareceu foi Build Your Kingdon Here, de uma banda chamada Rend Collective Experiment. Nunca tinha ouvido falar, mas curti o ritmo. Logo fechei o player e fui direto ao YouTube, procurando pela mesma canção. Me apaixonei. O clip é completamente alternativo e o ritmo é um folk muito original (não me peçam para definir exatamente, não entendo os termos técnicos). Ao procurar a história da banda, entendi o motivo: sua origem é do norte da Irlanda. Ouvi o seu CD inteiro pelo site de vídeos e me apaixonei. Abaixo, confiram o som desse grupo.


Outra banda que me deixou boquiaberta foi a Gungor, Ouvi o seu CD A Creation Liturgy, no Rdio (site imperdível), e aí sim eu me perdi no tempo. É uma mistura de ritmos. Imprevisível. Qualquer coisa pode acontecer, e você sabe que esse "qualquer coisa" vai ser incrível. O maior exemplo é a faixa 11, "We Will Run/He Is Here". Uma poesia é declamada, acompanhada no começo apenas de um teclado, agregado aos poucos a outros instrumentos, criando um plano de fundo que nos leva a imaginar Aslan na narrativa da criação do mundo por C.S. Lewis em As Crônicas de Nárnia. Também deixo o vídeo aqui para vocês conferirem.


O dia de hoje foi bem proveitoso no sentido de conhecer novas bandas, e espero me deparar com tantas outras igualmente agradáveis. Comecei a escutar Josh Garrels, mas não consegui terminar porque tinha coisas a fazer. Do pouco que pude apreciar, gostei demais.

E vocês, o que têm para me indicar? Estou super a aberta a sugestões - gospel ou não!