sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Distrações de janeiro

Não costumo fazer resoluções de ano ano novo, mas eu sabia que 2015 teria que ser um ano diferente. Na verdade, eu queria que fosse um ano diferente, levando em consideração que 2014 foi um tano quanto turbulento.

Uma das principais mudanças é que não sou mais uma universitária. Depois de quatro anos finalmente posso dizer que me formei e sou uma jornalista. Ainda melhor do que isso, sou uma jornalista formada e empregada na área, algo muito difícil no cenário atual.

Eu sabia que teria mais tempo, liberdade e que poderia melhorar muitas coisas na minha vida, como na alimentação. Uma das minhas ideias era almoçar menos fora em 2014 e fazer minha própria comida e isso está dando certo! No meu trabalho posso cozinhar, o que é incrível e facilita MUITO a vida.

No final do ano passado comprei um videogame para mim. Depois de procurar bastante, minha mãe sem querer viu o anúncio de um Playstation 3 usado com um preço muito bom. Comprei. Um dos meus objetivos era me preocupar menos e me distrair mais, por isso achei que o console seria uma boa.

Outra coisa que eu queria fazer era aumentar a quantidade de livros que leio por mês. Não por quantidade, mas porque eu sei a importância da leitura, principalmente para uma jornalista. Tenho muitos livros na lista e queria dar uma guinada nisso em 2015.

Estamos no penúltimo dia de janeiro e já consegui fazer bastante coisa, mas vou destacar aqui um livro, um jogo e uma música que gostei muito de ter gastado meu tempo com no primeiro mês do ano. Minha ideia é fazer isso a cada mês.
*hoje não tem música por motivos de: cansaço rs

Livro: O Irmão Alemão
Autor: Chico Buarque
Editora: Companhia das Letras

Comprei O Irmão Alemão no final do ano passado. Desde quando li Leite Derramado me apaixonei pela literatura de Chico Buarque e o pouco de informação que eu tinha sobre seu novo romance me deixou muito interessada. O artista realmente teve um irmão alemão, fruto de um romance de seu pai, Sergio Buarque de Hollanda, com uma moça do país europeu enquanto morou lá como correspondente de um jornal brasileiro antes da ditadura militar. O historiador teve que voltar o Brasil antes mesmo do menino nascer e provavelmente nunca pode vê-lo.

O fato que tinha um irmão alemão intrigou Chico Buarque, o que o levou a uma busca desenfreada por informações do filho perdido de uma das mais importante figuras literárias do país. De acordo com o próprio artista, ele teve uma "obsessão" com o seu laço fraterno germânico. E isso é extremamente claro no livro.

Não dá para saber exatamente o que é ficção, o que é especulação e o que realidade em O Irmão Alemão. Muitas coisas de fato aconteceram e são completamente relacionadas à vida real. O nome do pai do protagonista, Francisco de Hollander, é Sergio de Hollander. Não só uma mera semelhança com o Francisco e o Sergio de Hollanda de verdade.

No livro, Ciccio é o filho mais novo da família e o mais inteligente e curioso. Diante de um pai não somente letrado, mas obcecado por livros, de pouco diálogo e muito tempo gasto em sua biblioteca particular meticulosamente organizada por sua esposa, o garoto segue uma busca implacável por seu irmão alemão, indo atrás de todas as pistas que pode ter.

Gostaria de falar mais, mas não quero dar spoiler para quem não leu, pois esse livro realmente vale a pena ser lido. Provido de uma leitura prazerosa, com humor, romance, literatura, música, francês, alemão, italiano, espanhol, História, Chico Buarque consegue, novamente, nos levar a entender a mente de seu personagem principal, os motivos de suas aventuras - desde investigativas a sexuais - e a incansável busca pelo seu laço sanguíneo perdido.

Você certamente vai gastar um tempo se perguntando se aquilo que está lendo realmente aconteceu com o personagem, se é uma divagação baseada na obsessão em encontrar seu irmão ou se é um fato da vida real de Chico Buarque e sua família.

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Jogo: The Last of Us
Desenvolvedor: Naughty Dog
Plataforma: Playstation 3

Comecei a jogar The Last of Us da maneira mais despretensiosa possível. Ele veio entre os sete jogos que ganhei ao adquirir meu Playstation 3. Como eu queria algo diferente, não só ficar no FIFA, resolvi dar uma chance. Me apaixonei. Levei quase que exatamente um mês para fechar, mas foi uma experiência completamente nova e prazerosa.

Em um mundo apocalíptico depois da difusão de um vírus que deixa as pessoas semi mortas, a jovem Ellie é colocada sob os cuidados de Joel para que seja levada até um centro de pesquisa. O motivo é que a garota foi mordida por um dos infectados, mas não se tornou um deles (o que não acontece normalmente). Por isso, acreditam que ela tenha a cura para a humanidade.

Em sua trajetória até o final, Joel e Ellie passam pelas mais diversas situações tendo que lidar tanto com os infectados quanto com militares e pessoas mal intencionadas.

Os recursos para o jogador são limitados. Você não tem munição infinita e nem sempre vai achar o que precisa quando mais precisa. Muitas vezes, é preciso se virar com o que tem. Por incrível que pareça, mesmo as partes mais difíceis de serem vencidas não te deixam desanimado, mas fazem com que vocês chegue cada vez mais perto de zerar o jogo.

The Last of Us vale muito a pena. Tem um roteiro muito bem montado, uma história comovente e te leva a raciocinar muito.


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