segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pitacos - Primeira edição: onde Henrique errou.

Como todo jornalista, gosto (amo) expressar minha opinião, por isso abri essa seção chamada "Pitacos", onde, digamos, "pitacarei" em diversas áreas.

O "pitacado" da vez é Henrique, melhor jogador da Copa do Mundo de Futebol Sub20, que fez declarações de insatisfação com o seu clube, o São Paulo FC, por ser pouco aproveitado nos jogos. Vou pegar duas dessas que ele deu ao Globoesporte.com:

1. "O que eu quero é jogar futebol. No São Paulo, em um clube lá de fora ou do Brasil. Quero um clube para ter oportunidades. Ser titular vai depender de mim. Se eu for bem, vou jogar. Não adianta mostrar em treino. Não adianta falar que vão te dar oportunidade e você entra cinco, dez minutos. Tenho que ter uma sequência de jogos, pegar "cancha" e confiança da torcida."

2. "O São Paulo sem o Henrique é grande, glorioso. Meu empresário é rico, tem dinheiro. Já o Henrique está na metade. Eles vão ficar bem, mas eu preciso ver minha parte. Quero ajudar minha família. O desejo de sair existe porque não tenho muita oportunidade. Tenho 20 anos e esse é o momento do jovem jogar. Só assim evoluirei."

Ótimo! Excelentes justificativas. Jogador tem que se valorizar mesmo, querer atuar, aumentar o passe, lutar por isso, ganhar campeonatos e então conquistar a confiança mundial. Se em três anos com o São Paulo ele foi titular apenas três vezes, não há motivos para que ele continue no "tricolor" (entre aspas porque preto é ausência de cor, e branco a presença de todas elas). Assim como em uma empresa um estagiário quer chegar à chefia, um jogador jovem quer se tornar o capitão, o cara-chave, aquele que vai levar o nome da equipe em notícias do tipo "time de X chega à final", "sem X, tal time perde outra vez".

Nesse ponto o Henrique está certíssimo, mas ele falou o que não devia na hora errada. Henrique não é Neymar, nem Ganso (de quem já foi dito ter estado insatisfeito com o Santos. Luís Álvaro até afirmou que o liberava porque não queria jogador infeliz em seu clube), então precisa tomar cuidado o que sai de sua boca para não ficar manchado. Que cartola quer menino dando trabalho, principalmente se ele não for peça essencial do elenco?

O São Paulo é forte e grande, é enorme, com ou sem Henrique. No horário de almoço, a rádio Estadão ESPN passou um trecho do vice-presidente de futebol do São Paulo, no qual o sub-cabeça falava mansamente, como se não estivesse nem um pouco preocupado com essa situação, e isso é porque ele sabe que o time do qual ele está à frente é maior do que o jovem atacante.

Agora, o campeão mundial sub20 mudou de opinião e quer ficar. Contornou e história e o discurso é outro. "Não me reapresentei porque liguei para o diretor e pedi um descanso até quinta-feira para dar uma esfriada na cabeça" (via www.estadao.com.br). No mínimo, devem ter dado um "chega pra lá" no rapaz, que parecia tão decidido até mais cedo.

O portal http://www.saopaulofc.net/ não mostra nenhuma notícia sobre o pacífico desentendimento entre Henrique e o São Paulo.

E agora? Diretoria aparentemente despreocupada (segundo o atleta à Radio Bandeirantes, o clube não estava interessado em suas propostas), torcedores bravos e jogador obrigatoriamente conformado, mas ainda à procura de novos ares. Isso não projeta um futuro próximo nada bom para Henrique. Seu atual time tem bons advogados, e seu empresário é inteligente, por isso a crista dele será abaixada, até que a situação se amenize e ele pouse em um novo time.

Um comentário:

  1. muito legal roberta...vc ganhou um dons de Deus...vc é mto boa escrevendo este tipo de joprnalismo...gostei muito...sempre vou entrar...

    bjs...

    Ighor

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